Bitcoin: Comece por aqui
Provavelmente você já ouviu falar sobre Bitcoin em algum momento da sua vida.
Se ignorou ou está buscando mais informações, este é o lugar certo!
A primeira vez que li sobre Bitcoin foi em 2018, na Wikipedia: “uma criptomoeda descentralizada que funciona a base do P2P”. Essa informação, naquele momento, não fez diferença nenhuma na minha vida. Afinal, o que eu faria com isso? Simplesmente ignorei.
Mas, com o tempo, aprendi que, para entender o Bitcoin, é preciso primeiro compreender o sistema fiduciário governamental — a raiz de todos os males no qual vivemos hoje.
O básico: tipos de dinheiro e suas falhas
Ao longo da história, tivemos diferentes formas de dinheiro. Cada uma delas tinha características específicas que, eventualmente, levaram ao fracasso. Vou destacar os principais pontos.
1. Escambo
O escambo foi o primeiro sistema de troca registrado na história, onde produtos eram trocados diretamente. Por exemplo: se eu tinha 1 kg de tomate e você 1 kg de batata, bastava que ambos concordássemos com a troca.
O problema? Era difícil encontrar alguém que quisesse exatamente o que você tinha para oferecer e que o valor fosse compatível. Além disso, produtos perecíveis não podiam ser armazenados por muito tempo, o que anulava a característica essencial de um bom dinheiro: preservar valor ao longo do tempo. Por isso, o escambo se tornou obsoleto.
2. Objetos como dinheiro
Depois vieram itens específicos como sal, gado até conchas marinhas que funcionavam como dinheiro. Apesar de alguns avanços, esses itens tinham problemas de transporte, armazenamento e, claro, inflação: os humanos sempre encontravam maneiras de aumentar a oferta, desvalorizando-os. Nesta época teve algo interessante, as pedras Rai da ilha Yap, que funcionou mediante uma “blockchain” primitiva, mas não entrarei em detalhes, também ficou obsoleta.
3. Moedas de metais
Metais preciosos, como ouro, prata e bronze, foram introduzidos. Eram fáceis de transportar, difíceis de falsificar e, no caso do ouro, tinham um valor intrínseco devido à escassez. Parecia perfeito, até que os imperadores romanos começaram a produzir demasiada quantidade e diluir o conteúdo de ouro nas moedas para financiar guerras, causando inflação e perda de valor.
4. Papel-moeda
Por fim, chegamos ao dinheiro de papel, que usamos até hoje. Esse sistema funcionou bem enquanto estava lastreado no ouro, ou seja, enquanto os bancos centrais só podiam imprimir dinheiro correspondente às suas reservas. Mas, em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial, os governos começaram a imprimir dinheiro sem lastro para financiar suas guerras. Isso levou à inflação, à depressão de 1929, ao confisco do ouro em 1933 e, em 1971, ao fim da conversibilidade do dólar em ouro, decretada por Richard Nixon. Desde então, o valor do dinheiro fiduciário perde seu valor.
Bitcoin: a solução para as falhas do dinheiro tradicional
Todos os sistemas monetários anteriores falharam pelos mesmos motivos: oferta ilimitada, dificuldades de transporte e possibilidade de falsificação.
O Bitcoin foi criado para resolver todas essas falhas:
Oferta limitada: haverá apenas 21 milhões de bitcoins.
Emissão controlada: o protocolo é programado para que a cada 4 anos ocorra aproximadamente o halving reduzindo a emissão de moedas pela metade.
Descentralização: o Bitcoin funciona em uma rede P2P (ponto a ponto), mantida por milhares de nós ao redor do mundo.
Imutabilidade e transparência: graças a introdução da tecnologia blockchain — que permite o registro de todas as transações de forma pública e transparente — qualquer pessoa tem acesso a todas as transações.
Sim, o bitcoin é muito mais complexo do que isso, mas isso não é necessário que você entenda agora… apenas tem que entender que o bitcoin é a moeda perfeita jamais criada que tem um dos requisitos fundamentais na minha opinião: reserva de valor.
O problema da inflação no sistema fiduciário.
A expansão monetária, comumente conhecida como “inflação”, já não é um termo desconhecido. Inclusive, tornou-se algo bastante popular nos últimos anos. Não porque a educação financeira nas escolas esteja melhorando, mas porque as pessoas estão sentindo no bolso as consequências dela.
A expansão monetária praticada pelos governos consiste no aumento da base monetária, ou seja, eles imprimem dinheiro ilimitado sempre que julgam conveniente. Isso provoca um desequilíbrio, pois há maior oferta de dinheiro para uma demanda que não cresceu ou acompanhou esse aumento.
A perda do valor do dinheiro se intensifica por práticas de políticas expansionistas por parte do governo. Começando pela inflação, que afeta principalmente os mais pobres e desincentiva as pessoas a pouparem, o que traz consequências graves para a economia. Lembre-se de que o dinheiro deve ser visto como uma reserva de valor.
Além disso, as reservas fracionárias praticadas pelos “amigos do governo” (bancos e instituições financeiras) contribuem para uma inflação ainda maior. Como funciona? Imagine que você faz um depósito de R$ 1.000,00 no banco. O banco pega esse dinheiro, guarda 50% (hipoteticamente falando) e empresta os outros 50% para outra pessoa. Para você, sempre aparecerá que tem disponível R$ 1.000,00, mas, na realidade, não tem. Por isso, muitas pessoas perdem dinheiro quando um banco quebra. Essa prática gera ainda mais inflação, pois estão injetando mais dinheiro “falso” na economia.
Com o sistema fiduciário governamental, as pessoas são incentivadas a gastar e investir. Gastar porque o dinheiro perde valor com o tempo, então a preferência temporal das pessoas é muito elevada. Investir para evitar ver seu patrimônio sendo diluído, entrando na “corrida dos ratos”.
Para quem começa do zero, não existe investimento que mude a vida de patamar. Sua vida não vai mudar investindo R$ 300 mensais no Ibovespa. Pelo contrário, você estará perdendo dinheiro com o tempo.
Essa história dos livros de finanças — “comece a investir 20% da sua renda que em 10 anos você se tornará milionário” — não existe mais. Inclusive, celebridades como Thiago Nigro não ficaram ricas investindo, mas sim com empresas. Bruno Perini não chegou ao primeiro milhão investindo na bolsa, mas graças ao Bitcoin. Se observarmos os grandes milionários como Elon Musk, Jeff Bezos e Steve Jobs, eles não ficaram ricos investindo, mas sim criando negócios de sucesso.
Vivemos em um ambiente de juros negativos e socialismo monetário que diluem o patrimônio das pessoas conforme o tempo passa.
Mas calma, porque, apesar de tudo parecer extremamente pessimista, pela primeira vez temos uma salvação: o Bitcoin.
O Bitcoin permite algo impossível nos dias de hoje: poupar. Você pode guardar dinheiro e ver esse valor sendo preservado ao longo do tempo, além de multiplicar seu valor à medida que o sistema fiduciário perde poder.
“Ah, mas o Bitcoin é muito volátil” É verdade que, até agora, o Bitcoin tem um comportamento cíclico, mas a valorização e preservação do patrimônio ao longo do tempo são reais e evidentes. O Bitcoin é o único hedge real da nossa década.
Muitas outras questões poderiam ser abordadas aqui, mas, se você entendeu que o sistema fiduciário governamental só te empobrece e tira sua liberdade, mais rápido você entenderá o Bitcoin.